... " Quero dormir e sonhar

um sonho que em cor me afogue:

verdes e azuis de Renoir

amarelos de Van Gogh." ...

António Gedeão
(1956)

domingo, 30 de maio de 2010

Retrato (s) ... de Mozart

Gosto de retratos ... de observar álbuns de retratos, não por ter saudades do passado, mas pelo que o passado nos pode dar de ensinamento para o presente e para o futuro.
Mas gosto particularmente de retratos pintados.

Mozart (1756-1791) foi um dos compositores mais retratados, mas não sei se alguns desses retratos correspondem à imagem deste músico.
Dos muitos retratos de Mozart, os que a seguir apresento têm sido considerados autênticos.

Mozart na Corte da Imperatriz Maria Teresa


"Mozart na Corte da Imperatriz Maria Teresa"
Óleo atribuído a Pietro Antonio Lorenzoni
1763
Museu Mozart - Salzburgo

Este quadro é oriundo de Trento e foi pintado, provavelmente em Salzburgo, no ano seguinte às apresentações do menino Mozart, com apenas seis anos.
É de salientar o contraste entre a face infantil e rosada e o fato de gala (de adulto) oferecido pela imperatriz Maria Teresa.

Leopold com Wolfgang e Nannerl


"Leopold com Wolfgang e Nannerl"
Aguarela de Louis Carrogis de Carmontelle.
1763
British Museum

Esta aguarela pintada em Paris e posteriormente gravada por Jean-Baptiste Delafosse, é provavelmente o quadro original a partir do qual foram feitas várias cópias.
Em Junho de 1763, as três personagens representadas no quadro iniciam a primeira viagem pela Europa.
Esta obra de Carmontelle permite dar a conhecer ao grande público o rosto de Mozart e
na imprensa da época, pode ler-se o seguinte anúncio: "Aqui vê-se o jovem Mozart a tocar cravo, a sua irmã, ao lado, a olhar uma pauta musical e o seu pai atrás dele acompanhando-o com violino".

Mozart em Verona


"Mozart em Verona"
Óleo pintado por Saverio dalla Rosa
1770
Colecção particular de Alfred Cortot - Lausanne

Este quadro mostra Mozart com catorze anos, a iniciar a interpretação de uma composição para pianoforte.
Em finais de 1769 Wolfgang viaja com o pai para Innsbruck e depois para Verona, onde este retrato é pintado.
Segundo o destacado musicólogo Otto Erich Deutsch, este é o melhor retrato do jovem Mozart.

Mozart como Cavaleiro da Ordem da Espora Dourada


"Mozart como Cavaleiro da Ordem da Espora Dourada"
Pintura a óleo de autor desconhecido
1777
Museu Cívico e Musical de Bolonha

Este quadro é uma cópia feita pelo padre Giovanni Battiste Martini, com quem Mozart estudou em 1770 e 1777, aquando das visitas que fez à Itália.
Curiosa foi a visita de Mozart à Basílica de S. Pedro, em Roma em 1770, onde ouviu o "Miserere" do músico Gregorio Allegri e cuja partitura o papado proibia que saísse da Capela Sistina, para que não fossem feitas cópias. Mozart, com catorze anos, após a audição copiou toda a composição de memória. O papa Clemente XIV, em vez de o excomungar, como estava determinado para os infractores, distinguiu-o como Cavaleiro da Ordem da Espora Dourada, como ficou registado neste retrato.

A Família Mozart


"A Família Mozart"
Pintura a óleo de Johann Nepomuk della Croce
1780-81
Museu Mozart - Salzburgo

Neste quadro vê-se Leopold Mozart a segurar um violino e os filhos Wolfgang e Nannerl num gesto de interpretar piano a quatro mãos. Na parede está pendurada uma pintura da mãe, Anna Maria (já falecida). Ao fundo a figura de Apolo quer mostrar-nos que a família Mozart amava a música.

Mozart ao pianoforte


"Mozart ao pianoforte"
Pintura de Joseph Lange
1789-1790
Museu Mozart - Salzburgo

Esta pintura tem um tamanho surpreendetemente pequeno, mas foi executada com grande mestria, embora esteja inacabada.
Olhando a imagem parece que Mozart está a olhar a partitura antes de iniciar uma interpretação ao piano.
Este retrato foi pintado, pelo seu cunhado, pouco antes da morte prematura do compositor aos trinta e cinco anos e revela o calor e a proximidade de quem o conhecia bem e o apreciava.

Retrato de Mozart


"Retrato de Mozart"
Pintura de Barbara Krafft
1819
Sociedade dos Amigos da Música - Viena

Este quadro é considerado um retrato próximo das feições do compositor, embora tenha sido executado já depois da sua morte.

Que prazer é folhear este álbum de retratos, relembrar e homenagear Mozart, um génio universal e eterno e ... ouvir a sua música !!!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Os trabalhos de Eva Afonso



Eva Afonso
"Portas de Rodão"
Óleo sobre tela - 40x50cm
2010

sábado, 22 de maio de 2010

Observando um Quadro ... de van Gogh ...nº 8



Van Gogh
"Père Tanguy"
Óleo sobre tela - 73x92cm
1887
Museu Rodin - Paris

Quem foi Julien Tanguy, considerado pelos pintores impressionistas um herói e tratado por eles carinhosamente como "Père Tanguy"?

Era um homem generoso, utopista, que comerciava na sua pequena loja, em Paris, materiais de pintura a crédito ou a troco de quadros de artistas pobres. Alguns pintores encontraram desta maneira o suporte que lhes permitia continuar a pintar.
Em breve, a sua loja tornar-se-ia galeria de exposições de obras de Paul Cézanne, Seurat, Van Gogh e Gauguin.

Van Gogh tinha por ele uma profunda amizade por isso pintou, com a sua pincelada curta e inconfundível, três versões do seu retrato, em que aparece sentado e com as mãos entrelaçadas. Em fundo representou gravuras japonesas que coleccionava. O Monte Fuji, por detrás da sua cabeça, pretende simbolizar a grandeza de carácter e a humanidade deste homem.

Em cartas ao seu irmão Theo, Van Gogh escreveu: " É um companheiro divertido e bondoso e penso muitas vezes nele" e mais tarde acrescentou: " Quando for velho, talvez me torne como o Père Tanguy. Evidentemente, não sei nada sobre o nosso futuro individual. Apenas sabemos que o Impressionismo irá perdurar."

Ao observar hoje o quadro "Père Tanguy", pretendi render uma singela homenagem a este amigo de artistas e ajudar a perpetuar a sua memória.

domingo, 16 de maio de 2010

Os trabalhos de Eva Afonso



Eva Afonso
"Borboleta e Alcachofra"
Óleo sobre tela - 40x30cm
2010

sábado, 8 de maio de 2010

Observando um Quadro... de Caillebotte ... nº7



Gustave Caillebotte
"Os afagadores de soalhos"
Óleo sobre tela - 102x146,5cm
1875
Museu d'Orsay

Escolhi esta obra pelo rigor matemático com que Gustave Caillebotte a executou.
Este artista, desenhou uma a uma cada parte deste quadro, antes de as transpor para a tela.
A luz que invade a sala pela porta da varanda, ilumina os dorsos e os braços dos afagadores. As faixas escuras envernizadas brilham em contraste com o tom baço dos afagadores.
Os dois trabalhadores da frente executam os movimentos ao mesmo ritmo e conversam, o que está mais atrás está cortado, o que dá mais instantaneidade ao quadro. Há em toda a pintura um belo efeito de contra-luz.
Segundo Simona Bartolena "Caillebotte realiza uma composição muito original, com um ângulo pouco habitual, acentuado pelas linhas prospectivas do soalho, que conduzem o olhar até ao fundo da sala."

Caillebotte, aristocrata abastado, mas simultaneamente um mecenas para os seus amigos pintores - Monet, Degas e Renoir - surpreendeu tudo e todos ao considerar modelos e tema para um quadro, trabalhadores manuais a executarem o seu trabalho.
De sublinhar que a obra deste pintor, singular pelos temas escolhidos, em que transparecem o tédio e uma grande solidão nas personagens, ao contrário de outros impressionistas, não reflecte intenções moralizadoras, políticas ou sociais.

Este quadro, um dos mais célebres de Gustave Caillebotte (1848-1894), constitui uma das primeiras representações de trabalhadores urbanos, tendo sido considerado provocatório e por isso foi rejeitado pelo grande público e pelo Júri do Grande Salão Oficial em 1875.

domingo, 2 de maio de 2010

Os trabalhos de Eva Afonso



Eva Afonso
"A ponte" - Vila Velha de Rodão
Óleo sobre tela - 40x50cm
2010

Exposição de Pintura de Eva Afonso


Casa de Artes e Cultura do Tejo

De 4 de Junho a 31 de Julho vai estar patente uma exposição
dos meus trabalhos, na Casa de Artes e Cultura do Tejo,
em Vila Velha de Rodão, intitulada "Ecos de Silêncio".

A inauguração realizar-se-á pelas 18 horas do dia 4 de Junho.

Estão todos convidados!!!