... " Quero dormir e sonhar

um sonho que em cor me afogue:

verdes e azuis de Renoir

amarelos de Van Gogh." ...

António Gedeão
(1956)

terça-feira, 29 de junho de 2010

A não perder... A Exposição: "Constant Le Breton"

A Exposição "Constant Le Breton" - patente na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, merece a nossa visita. São momentos inesquecíveis frente a obras belíssimas de um pintor para muitos desconhecido.
Esta exposição foi inaugurada no passado dia 20 de Maio e termina a 8 de Agosto. Nela é feita uma retrospectiva da obra de Constant Le Breton (1895-1985).
Ao longo de seis núcleos são mostradas sessenta e sete obras (cinquenta e dois óleos e quinze aguarelas) que revisitam os temas que este artista gostava de desenhar e pintar - paisagens, vistas de Paris, retratos, naturezas-mortas e cenas de interior.



Constant Le Breton não seguiu as correntes do século XX, seguiu o seu próprio caminho, no entanto, há a referir que a sua técnica nos faz "viajar" até à pintura da segunda metade do século XIX - sendo notória a influência de grandes pintores como Corot, Boudin e Manet.
Há até quem veja nele a resistência às rupturas vividas no século XX.

Esta Exposição tem entrada gratuita, é bom haver exposições como esta que nos regalam a vista ( a propósito, as vistas de Paris são magníficas) e nos aconchegam as emoções.

Uma Exposição a não perder...

domingo, 20 de junho de 2010

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Hoje sonhei com ...

Frida Kahlo
1907-1954


Auto-retrato
"The Frame"
c. de 1938

Para compreendermos a pintura de Frida Kahlo (1907-1954) necessitamos de conhecer a sua vida.
Vida e obra desta pintora estão irremediavelmente ligadas.
Frida Kahlo foi uma mulher resistente, uma artista que deixou a sua marca pessoal na pintura do século XX, pois nos seus quadros há um grito surdo de dor, perante as adversidades da sua própria vida.

Frida Kahlo nasceu em Coyoacán - México, em 1907 e apesar da série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da sua existência, foi uma mulher forte, que encarou a vida com determinação.
Aos seis anos sofreu de poliomielite, o que lhe afectou o pé direito, aos dezoito teve um grave acidente de viação ( o autocarro em seguia, chocou com um eléctrico - várias pessoas morreram de imediato e Frida Kahlo ficou gravemente ferida).
Este acidente mudou os seus planos de vida e durante os longos meses que teve que ficar imóvel na cama começou a pintar para afastar o tédio e a dor.
Sobre este período, disse a António Rodríguez, crítico de arte: "Eu senti que ainda tinha energia suficiente para fazer outras coisas sem ser estudar para vir a ser médica. Comecei a pintar sem dar muita importância a essa actividade."
Começou assim o género de pintura que a caracterizou - o auto-retrato - sobre este assunto afirmou: " Pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o tema que conheço melhor."

A arte de Frida Kahlo é uma arte sofrida que representa simbolicamente as suas próprias dores, através de uma linguagem pictórica pessoal, com vocabulário e sintaxe próprios. Vejamos dois exemplos:



Frida Kahlo
"A Coluna Partida"
1944

Nesta tela representa a sua própria coluna como uma pilastra que se está a desmoronar, o que era literalmente verdadeiro, em consequência do grave acidente que sofreu. O seu corpo está cheio de pregos, através deles ela pretende representar a dor que sofria, ao mesmo tempo que lágrimas escorrem dos seus olhos.



Frida Kahlo
"O Veado Ferido" ou "O Veadinho" ou " Eu sou um Pobre Veadinho"
1946

Nesta obra Frida Kahlo representa-se como um veado na floresta, cheio de flechas e a sangrar. Estas flechas que perfuram o veado correspondem à barra de ferro que a perfurou no acidente.

A sua mensagem não é hermética: os seus quadros devem ser entendidos como resumos metafóricos das suas experiências concretas.
A sua pintura é sobre a sua própria realidade, sobre as suas dores físicas, não é imaginária, é coerente, real, segundo ela nada tem de surreal, não gostava de ser classificada como surrealista.
Muitos autores, entre eles André Breton, poeta francês e teórico do surrealismo, classificaram a obra de Frida Kahlo como surrealista, mas esta afirmou: "Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintei a minha própria realidade"

Por isso eu afirmo, se não conhecermos a sua vida, nada entenderemos da sua obra.

Mulher cheia de força e de talento, em 1953 teve de amputar os pés, por causa de uma gangrena - em consequência dos seus problemas de saúde - mas como ela própria escreveu no seu diário: "Pés para que os quero, se tenho asas para voar?"

É simplesmente surpreendente a descoberta da vida e obra desta pintora ... por isso hoje sonhei com ... Frida Kahlo.


sábado, 5 de junho de 2010

Exposição de Pintura de Eva Afonso

Mostro-vos algumas fotos da minha Exposição na Casa de Artes e Cultura do Tejo, momentos antes da inauguração.
Espero que gostem ...

































quarta-feira, 2 de junho de 2010

Exposição de Pintura de Eva Afonso



Casa de Artes e Cultura do Tejo - Vila Velha de Rodão


De 4 de Junho a 31 de Julho de 2010

De Segunda a Sábado | 10h00 às 12h30 | 14h00 às 18h30
Encerra aos Domingos e Feriados