... " Quero dormir e sonhar

um sonho que em cor me afogue:

verdes e azuis de Renoir

amarelos de Van Gogh." ...

António Gedeão
(1956)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Os trabalhos de Eva Afonso




Eva Afonso
"Vaso com flores silvestres"
2012
Óleo sobre tela, 65x50 cm



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Desafios ... Resposta - Futurismo


Resposta ao Desafio anterior: Futurismo

Os avanços tecnológicos e as descobertas científicas dos finais do séc. XIX e princípio do séc.XX influenciaram as mais diversas áreas culturais. Entre 1909 e 1916 publicaram-se mais de 50 manifestos que reflectiam as mudanças e o progresso vividos na sociedade. Surgiram manifestos de pintura, teatro, dança, literatura, cozinha ...
Em 1909, o escritor e poeta milanês Fillipo Tommaso Marinetti lançou, em Paris, no jornal "Le Figaro", um manifesto provocador, intitulado "Manifesto do Futurismo". Nele assume uma grande confiança no futuro, afirmando: " É da Itália que lançamos este nosso manifesto de uma violência subversiva e incendiária, com o qual fundamos hoje o futurismo, porque queremos libertar este país (Itália) da sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, cicerones e antiquários". É sem dúvida uma censura ao tradicionalismo académico e ao passadismo da cultura burguesa, preconizando que a arte deveria ter uma relação muito estreita com a vida.

Em 1910 os pintores Umberto Boccioni, Carlo Carrà, Luigi Russolo, Giacomo Balla e Gino Severini lançaram o "Manifesto Técnico de Pintura Futurista" em que assinalaram a diferença  entre a arte existente e aquela que pretendiam fazer, escrevendo: "os pintores (anteriores) mostram-nos sempre as coisas e pessoas colocadas à nossa frente. Nós colocamos o espectador dentro do quadro".
Os futuristas trazem a vida quotidiana para dentro dos quadros, muitos artistas o tinham feito antes, mas agora também o movimento e o ruído passaram a ser "visíveis". Os pintores deste movimento fragmentaram as telas em facetas, decompondo as imagens  para transporem para os quadros o movimento e os barulhos urbanos. Glorificaram a velocidade e o seu principal objectivo era transmitir o dinamismo mecânico da vida contemporânea, chegando mesmo a afirmar que " ... um automóvel de corridas, um carro a acelerar ... é mais belo que a Vitória de Samotrácia".



Umberto Boccioni
"O Ruído da Rua penetra dentro de Casa"
1911
Óleo sobre tela, 70x75 cm
Sprengel Museum, Hanôver

Este  foi o quadro que escolhi para o Desafio anterior.
Nele Boccioni transmite o movimento da rua: a energia dos operários a trabalhar nas obras empurra as casas para as extremidades do quadro, fazendo com que o espaço e a arquitectura se partam em pedaços, o que cria uma perspectiva original.
Além do movimento Boccioni  quis também transpor para a tela o ruído, intitulando-a mesmo "O Ruído da Rua penetra dentro de Casa". Ao observar este quadro quase conseguimos ouvir os cascos dos cavalos a galopar na calçada, as pedras a saltar das pás dos trabalhadores, os martelos a bater, as donas de casa, debruçadas nas varandas, a chamar alguém que passa na rua. O ruído percorre a tela, tornando-se "visível".

Os futuristas tinham um grande fascínio pela técnica e pela velocidade e acreditavam que o homem dispunha, a partir daí, dos meios necessários para transformar o mundo.
Boccioni morreu durante a 1ª Guerra Mundial, muitas das esperanças num futuro melhor foram destruídas para esta geração.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Desafio ...


Mantenho neste blogue uma secção que denominei "Desafios", por isso, uma vez por outra lanço um novo repto.

O desafio de hoje consiste em identificar o movimento artístico a que pertence a obra postada.


Aceita o desafio?

Então, a que Movimento Artístico  pertence este quadro?


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Observando um Quadro ... de George Grosz - nº 24


O pintor e caricaturista alemão George Grosz (1893-1959) viveu o conturbado período da 1ª Guerra Mundial. Esta guerra além de modificar o mapa da Europa alterou também os valores. Tudo mudou com ela, tudo parecia andar à deriva.
Durante os quatro anos (1914-1918) que a guerra durou, a Europa sangrou até à última gota ...

Foi nesta Europa destruída, que passou de credora a devedora de outras partes do mundo e na ineficaz República de Weimar (Alemanha) que nasceu um novo movimento artístico - a Nova Objectividade (Neue Sachichkeit) de que G. Grosz fez parte. Este movimento opunha-se à arte emocional expressionista e à abstracção cubista e construtivista. Os artistas alemães da Nova Objectividade assumiram, neste período de  pós-guerra, uma abordagem política mais aberta  através de trabalhos mordazes e caricaturais que denunciavam a situação social vivida durante a República de Weimar.


George Grosz
"Os Pilares da Sociedade"
1926
Óleo sobre tela, 200x108cm,
Staatliche Museen zu Berlin,
Património Prussiano, Galeria Nacional

Escolhi este quadro de George Grosz porque me parece uma boa síntese da sua obra, enquanto viveu na Alemanha ( em 1933 emigrou para os Estados Unidos - o conjunto de obras produzido durante o período que viveu na América, não são tão interessantes).

Grosz satiriza a sociedade alemã e os pilares sobre os quais ela assenta: os que enganam, os corruptos, os fazedores de opinião, antes da ascensão de Hitler ao poder.

Agora vamos olhar para o quadro:

A tela está completamente cheia. No plano do fundo visionamos o caos completo, onde até os próprios prédios se desmoronam em chamas.
Nesta obra Grosz reune as personagens-tipo da República de Weimar: o militar -  de aspecto sanguinário; o religioso - um padre solícito, que corre em direcção oposta aos militares, com um sorriso hipócrita nos lábios, querendo distanciar-se das atrocidades cometidas durante e depois da guerra; o político - representado com a cabeça cheia de fezes, é uma mera marioneta; o jornalista - apresentado com um penico na cabeça e uma pena comprida e caprichosa numa das mãos; o chauvinista - que aparece em primeiro plano - toda a atenção recai sobre esta personagem -  com uma caneca de cerveja numa das mãos e um sabre na outra. Na sua cabeça oca surge o desenho de uma batalha em que podemos vislumbrar um cavaleiro do imperador empunhando uma lança. É esta personagem que chefia os "Pilares da Sociedade".

Grosz usava a fealdade como uma arma. Apresentava uma arte violenta para responder à violência que existia na sociedade do seu tempo.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Os trabalhos de Eva Afonso





Eva Afonso
"Cesto de laranjas"
2010
Óleo sobre tela, 40x50 cm