... " Quero dormir e sonhar

um sonho que em cor me afogue:

verdes e azuis de Renoir

amarelos de Van Gogh." ...

António Gedeão
(1956)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Hoje sonhei com...

Joaquin Sorolla y Bastida
1863-1923

O Pintor da Luz




Auto-retrato

Sorolla, embora tenha tido uma infância marcada pela tragédia,conseguiu tornar-se num dos maiores pintores da luz, da alegria e da beleza do seu tempo, sendo citado como o "Pintor da Luz", por ter retratado como ninguém a luminosidade do Mediterrâneo.
Conhecido pelo modo como captou a luz e a beleza das cenas de exterior, pela graça e dignidade dos seus retratos,este pintor é, surpreendentemente também um dos artistas menos reconhecidos entre os seus contemporâneos, devido aos novos estilos de pintura emergentes na sua época - cubismo, fauvismo e surrealismo.
Aos dois anos de idade, Sorolla ficou órfão quando os seus pais faleceram de cólera. Viveu a sua infância e juventude com os tios, que fizeram brotar nele o amor pela arte.
Aos quinze anos, estudava pintura na sua Valência natal com o escultor Cayentano Capuz e com o pintor Francisco Pradilla. Aos dezoito fazia numerosas cópias de obras de Velázquez e de Juan de Ribera, no Museu do Prado, em Madrid.
Aos vinte e dois anos, quando estudava em Roma, ficou fascinado com a luz e aperfeiçoou a técnica que iria tornar-se a sua imagem de marca. Neste período, Sorolla e os seus colegas formaram um grupo denominado "Macchiaoli", que ainda hoje tem seguidores. Estes artistas são considerados a resposta Italiana ao movimento Impressionista.
Nestes anos pintou com frequência quadros com profundo significado social ou religioso. Numa destas tristes obras "Outra Margarida" retrata uma mulher subjugada, e noutra a "Triste Herança" retrata crianças deficientes tomando banho numa praia do mediterrâneo.


"Outra Margarida"
1892


"Triste Herança"
1899

A partir de 1900 o seu estilo revelou-se de forma espectacular, manifestando-se em pinceladas rápidas e carregadas de tinta, que em poucos traços modelava a rica e vibrante gama de cores das personagens que povoam as suas telas.
Neste período produziu mais de 500 quadros, utilizando a pintura em "plein air" na qual usava uma abordagem espontânea e muitas vezes deixava o trabalho parecendo inacabado.
É difícil definir o estilo da sua pintura - impressionista, realista, expressionista e clássico - tem sido considerado todos estes estilos.
Sorolla tanto pintou cenas de praia parecendo impressionista, como pintou belos retratos ao estilo do século XVII. Foram-lhe encomendados retratos de gente famosa, tal como o do presidente William Taft e o do rei Afonso e da rainha Vitória Eugénia de Espanha.



"Idílio no mar"
1908


"Duas Irmãs"
1909



"Menina entrando no banho"
1917


Sorolla faleceu em 1923, no seu jardim, enquanto pintava um retrato.

Em 1932 foi inaugurado o Museu Sorolla, em Madrid, na casa onde viveu.

A obra de Sorolla está representada em museus de Espanha, Europa e América e em muitas colecções privadas na Europa e nos Estados Unidos.

Em 2007, muitas das suas obras foram expostas no Petit Palais em Paris, ao lado das de John Singer Sargent, um seu contemporâneo que pintava com um estilo semelhante ao seu.
Entre Maio e Setembro de 2009 realizou-se, no Museu do Prado, em Madrid, uma mega-exposição da sua obra. As telas ensolaradas do artista levaram 450 mil visitantes ao Museu do Prado, que nunca esteve tão cheio desde a última exposição de Diego Velázquez (1599-1660) em 2007 - quando 1,5 milhão de pessoas passaram por ali.
Todos conhecemos certamente Velázquez, mas pouco ou nunca se ouviu falar de Sorolla e foi por isso que hoje sonhei com ... Sorolla.

1 comentário:

  1. Maria José Sebastião10 de janeiro de 2010 às 09:14

    Que quadros lindos!!
    E que doce adeus à vida.
    Maria José Sebastião

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