... " Quero dormir e sonhar

um sonho que em cor me afogue:

verdes e azuis de Renoir

amarelos de Van Gogh." ...

António Gedeão
(1956)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A não perder ... Exposição "Columbano" no Museu do Chiado

Columbano volta ao Museu do Chiado – Lisboa.

Em 2007, foram exibidos no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (Lisboa) 70 quadros realizados entre 1874 e 1900 por Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929) , no âmbito da comemoração do 150º aniversário do nascimento deste pintor.

Em Dezembro de 2010 a obra de Columbano volta ao Museu do Chiado, integrada desta vez nas Comemorações dos Centenários da República e do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado.
Vão estar patentes, até 27 de Março de 2011, 75 obras de Columbano de 1900 a 1929 (ano em que faleceu). A maior parte dos quadros expostos fazem parte do acervo do Museu do Chiado, (do qual este pintor foi director de 1914 a 1927), mas também podem ser apreciadas peças que fazem parte de colecções particulares, instituições nacionais e museus internacionais, como o Museu d’Orsay, Galeria Delgi Uffizi – Palazo Pitti e Museu das Belas Artes do Rio de Janeiro.
Esta exposição está organizada em sete núcleos: “Momentos de consagração”; “No centro do retrato”; “O intimismo”; “A expressão da modernidade”; “A imagem do artista. O auto-retrato”; “Pintura decorativa”; “Estudo laboratorial da pintura de Columbano”.
No primeiro núcleo são apresentadas obras de referência de Columbano, como “Um Concerto de Amadores” e “O Grupo do Leão”, ainda realizadas no século XIX e que fazem a ponte entre a exposição de 2007 e a de 2010.


Columbano Bordalo Pinheiro
"Um Concerto de Amadores"
Óleo sobre tela - 220x300 cm
1882
Museu do Chiado - Lisboa


Columbano Bordalo Pinheiro
"O Grupo do Leão"
Óleo sobre tela - 200x380 cm
1885
Museu do Chiado - Lisboa

Columbano Bordalo Pinheiro
"Mulher com Luneta"
1896
Museu Nacional das Belas Artes, Rio de Janeiro - Brasil

No segundo núcleo são apresentados retratos de várias figuras da elite intelectual e política do início do século XX. Como realçou a comissária da exposição, Maria de Aires Silveira são retratos “ efectuados após inúmeras sessões e poses, reflectem uma subjectividade própria, entendida do interior, através de uma paleta escurecida que valoriza a iluminação do rosto e mãos.”


Columbano Bordalo Pinheiro
"Retrato do Professor João Barreira"
1900
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro - Brasil


Columbano Bordalo Pinheiro
"Retrato de Alfredo Cunha"
1904
Colecção Particular


Columbano Bordalo Pinheiro
"Retrato de Bulhão Pato"
1908
Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu do Chiado - Lisboa


Columbano Bordalo Pinheiro
"Retrato de Alda Lino"
1910
Colecção Martinho Pimentel

No espaço seguinte “O intimismo”, surgem cenas de interior. São quadros criados em zonas obscurecidas de uma casa de família, em que aparecem objectos e figura feminina numa relação intimista.


Columbano Bordalo Pinheiro
"A Refeição - (Five o'clock Tea)"
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro - Brasil


Columbano Bordalo Pinheiro
"A chavena de chá"
1898
Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu do Chiado - Lisboa


Columbano Bordalo Pinheiro
"Femme et Fruits"
1899
Museu d'Orsay, Paris - França

“A partir de 1911, Columbano ultrapassa os limites do realismo (…)” e pinta com maior liberdade “(…) tanto na adaptação aos modelos e à sua psicologia, como nos modos de representação” como assinalou a comissária da Exposição referindo-se ao quarto núcleo “A expressão da modernidade”.


Columbano Bordalo Pinheiro
"Retrato de João de Barros"
1917
Colecção Particular


Columbano Bordalo Pinheiro
"Retrato de Raul Brandão e sua esposa"
1928
Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu do Chiado - Lisboa

Seguindo a ordem da exposição deparamo-nos com “A imagem do artista. O auto-retrato”. Não podendo, chegados a este núcleo, deixar de lembrar o retrato de Columbano feito por Fialho de Almeida na obra “Os Gatos”, 1891,IV, pág. 48 : “ (…) homenzinho trigueiro, pequeno, silencioso, com a sua miopia doce e o seu ar contrafeito (…) cheio de susceptibilidades, modesto por orgulho, intransigente por princípio.”


Columbano Bordalo Pinheiro
"Auto-retrato"
1904
Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu do Chiado - Lisboa


Columbano Bordalo Pinheiro
"Auto-retrato"
1927
Galeria Degli Uffizi, Florença - Itália


Columbano Bordalo Pinheiro
"Auto-retrato" inacabado
1929
Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu do Chiado - Lisboa


Esta Exposição presta homenagem a um grande pintor português – Columbano Bordalo Pinheiro - que no entender da comissária da exposição é “(…) o maior pintor do século XIX, é o artista que melhor expressa os valores de modernidade(…)” e que foi uma “testemunha atenta da sociedade portuguesa, ao longo de três gerações, inventariando os espíritos da intelectualidade nacional e as mais destacadas figuras, por vezes em quadros de uma irrealidade original”.

Esta é uma Exposição a não perder…

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ainda sobre "Quadrado Negro sobre Fundo Branco" de Malevitch

Voltando ao quadro "Quadrado Negro sobre Fundo Branco" de Kazimir Malevitch vou transcrever alguns extractos do texto de José Mário Silva publicado num suplemento do Semanário Expresso de 15 de Janeiro de 2011.
Fala-nos esse texto da "última lição" do filósofo José Gil que ao aposentar-se quis discorrer sobre a génese da linguagem artística e escolheu para tal, a obra do pintor Malevitch: "Quadrado Negro sobre Fundo Branco".

José Gil

José Gil falou para um auditório cheio, "... a rebentar pelas costuras..." como escreveu José Mário Silva e "... explicou logo a abrir que o ofício de "pensar" e de "escrever" é daqueles que não acaba mais".

"Como é que se forma uma linguagem artística se na obra de arte não se pode "isolar uma unidade discreta" e articulá-la com outras unidades autónomas (que é o que acontece na linguagem verbal)?
Eis o ponto de partida para a conferência, na qual José Gil analisa em detalhe um exemplo concreto: a criação da linguagem suprematista de Kazimir Malevitch.
Até 1915, o pintor russo afastara-se progressivamente das formas tradicionais de mimetismo, mas é naquele ano que se dá a crise definitiva, quando pinta o célebre "Quadrado Negro sobre Fundo Branco", que representa apenas o que o título indica: um quadrado negro sobre fundo branco.


"Quadrado Negro sobre Fundo Branco"

Diz a lenda que Malevitch ficou num estado de perturbação total: durante uma semana, não conseguiu comer, beber ou dormir. O pintor acreditava que a representação figurativa trazia para o quadro "qualquer coisa do referente", pelo que o acto de "apagar a representação" implicava "apagar também o referente".
Se o quadrado preto nega a possibilidade de representação, fica em causa a própria possibilidade da pintura. A não ser que esta se transforme noutra coisa. E foi isso o que Malevitch fez, ao criar uma nova linguagem "a partir deste quadrado que começa por ser uma espécie de buraco negro que engole e absorve todas as formas da natureza".
A nova linguagem surge por um processo de reversão: "Ao vir à tona, ao vir à superfície, o quadrado negro reverte-se, há uma reversão de superfícies, como uma luva que se volta ao contrário e o avesso passa a direito e o preto passa a branco".
O branco do "nada libertado", abismo plano onde as figuras se dissolvem, transformadas já não em representações de objectos da realidade concreta mas em abstractas "sensações picturais", a que correspondem forças em vez de formas".

Ao terminar a sua "última lição" José Gil "... aponta alguns problemas que o pensamento filosófico ainda pode trabalhar. O tal novo começo, que implica a consciência de que "não é possível pensar sem pensar livremente e sem risco".

Sem qualquer pretensão da minha parte, o que quis reflectir, no post anterior sobre "Quadrado Negro sobre Fundo Negro", foi sobre o pensamento livre, sem amarras, nem sujeição.




K. Malevitch
"Quadrado Vermelho e Quadrado Negro"
1915
Museu de Arte Moderna, Nova Iorque

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Desafios...


Pablo Picasso
"Les demoiselles d' Avignon"
Óleo sobre tela - 243,9x233,7 cm
1907
Museu de Arte Moderna, Nova Iorque

Há uns dias lancei este desafio.
Parabéns a quem acertou!

Queria agora apenas acrescentar uns muito breves apontamentos sobre o quadro:
As figuras representadas nesta tela eram certamente prostitutas, mas não foi o tema que chocou, mas sim as deformações plásticas.
Picasso encontrou inspiração na escultura ibérica pagã e na arte africana, principalmente nas máscaras.
Ao observarmos os rostos das meninas d'Avignon verificamos que se assemelham a máscaras.
Picasso fragmentou as feições e os corpos formulando o conceito de cubismo.
As meninas d'Avignon são o prelúdio deste movimento artístico.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Exposição de Pintura de Eva Afonso

Realizou-se hoje a inauguração da exposição dos meus trabalhos na Casa Senhorial de El' Rei D. Miguel, em Rio Maior.
Esta casa senhorial, com apogeu nos séculos XVII/XVIII, está actualmente transformada em Galeria Municipal, o que condiciona o percurso expositivo e o torna diferente das exposições que fiz anteriormente.
A Galeria Municipal é uma casa, constituída por várias divisões, por isso fui criando núcleos temáticos que agora vos vou mostrar.

Façam favor de entrar.

A Casa é vossa ...




























Obrigada pela Vossa visita!!!
.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Homenagem a Malangatana

Faleceu hoje, aos 74 anos, o pintor moçambicano Malangatana Valente Ngwenya (1936-2011).



" O legado de Malangatana
Entre 1990 a 1994 foi deputado da FRELIMO e ao longo de décadas ligado a causas sociais e culturais. Foi um dos criadores do Museu Nacional de Arte de Moçambique, dinamizador do Núcleo de Arte, colaborador da Unicef e arquiteto de um sonho antigo, que levou para a frente, a criação de um Centro Cultural na “sua” Matalana. E exposições, muitas, em Moçambique e em Portugal mas também mundo fora, na Alemanha, Áustria e Bulgária, Chile, Brasil, Angola e Cuba, Estados Unidos, Índia. Tem murais em Maputo e na Beira, na África do Sul e na Suazilândia, mas também em países como a Suécia ou a Colômbia.

Contando com as obras em museus e galerias públicas e em colecções privadas, Malangatana vai continuar presente praticamente em todo o mundo, parte do qual conheceu como membro de júri de bienais, inaugurando exposições, fazendo palestras, até recebendo o doutoramento honoris causa, como aconteceu recentemente em Évora, Portugal.

Foi nomeado Artista pela Paz (UNESCO), recebeu o prémio Príncipe Claus, e de Portugal levou também a medalha da Ordem do Infante D.Henrique. Em Portugal morreria também o pastor, mainato e pintor, Malangatana Valente."

Extraído de: http://www.publico.pt

Até sempre ... Malangatana

Malangatana
"Perturbação na Floresta"
Óleo sobre tela - 89x153 cm
1987

Exposição de Pintura de Eva Afonso



Casa Senhorial de El'Rei D. Miguel
Galeria Municipal de Rio Maior


Vai estar patente de 7 a 31 de Janeiro de 2011, na Casa Senhorial de El'Rei D. Miguel - Casa da Cultura João Ferreira da Maia em Rio Maior, uma exposição dos meus trabalhos de pintura.

Espero por todos os que quiserem dar-me a honra da Sua visita.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Desafios ...

Para todos os visitantes deste blogue os meus sinceros Votos
de um Bom Ano de 2011!!!


E para começar o ano nada melhor que um bom desafio.
O meu repto de hoje é a descoberta do autor deste quadro que abriu caminho a um novo movimento vanguardista no início do século XX.


Fácil, não é?