Resposta ao desafio anterior:
Pintor - Jackson Pollock ( 1912-1956)
O americano Jackson Pollock nasceu em Cody, no estado de Wyoming, em 1912, sendo o mais novo de cinco irmãos.
Em 1930, foi para Nova Iorque com um dos seus irmãos (Charles Pollock) para estudar na Liga do Estudante de Arte, aí recebeu a orientação do mestre Thomas Hart Benton.
A personalidade de Pollock era instável, manifestando vários problemas com o alcoolismo, dos quais, apesar dos tratamentos que efectuou, nunca se libertou.
Morreu em 1956 num acidente de automóvel quando conduzia sob o efeito do álcool.
A Pintura de Pollock:
Apesar do mestre Thomas Hart Benton ter dado a conhecer a Pollock os grandes pintores da arte europeia, este nunca se orientou por eles, bem pelo contrário - quebrou as amarras com a pintura tradicional.
As ferramentas tradicionais do pintor foram abandonadas. Deixou de usar o cavalete para pintar, preferia estender a tela no chão. Usava telas de grandes dimensões, estendidas no chão, nas quais aplicava a tinta com métodos não convencionais: deixava cair a tinta na tela através de pingos e salpicos - técnica do "dripping" (gotejamento) - usando ripas de madeira, pincéis grossos ou mesmo seringas de pasteleiro ...
Ao quebrar com a tradição da pintura de cavalete e ao estender a tela no chão, aplicando a tinta a partir de todas as direcções, acrescentou uma nova dimensão à pintura.
Ao contrário da pintura tradicional, Pollock não usava apenas a mão e o punho, mas todo o seu corpo era chamado para o acto de pintar. Este procedimento ficou conhecido pela designação de "Action Paiting", pintura de acção.
Afirmava: "No chão estou mais à vontade. Sinto-me mais perto da pintura, pois desta forma posso caminhar em redor, trabalhar dos quatro lados e literalmente estar na pintura" .
Era quase uma dança em redor e sobre a tela, em que o pintor fazia parte da pintura, controlando-a através de fluxos de tinta viscosa que a força da gravidade fazia cair sobre a tela.
Pollock a pintar
A "Action Paiting" mostra como para Pollock pintar era uma acção, não podendo prever qual seria o aspecto final da obra, por isso, tinha muitas dificuldades em tomar as decisões finais sobre o quadro: como por exemplo, por onde cortar as bordas da tela, qual o lado que ficaria voltado para cima. Detestava assinar os trabalhos porque isso era uma forma de acabamento da obra.
Este pintor, o mais importante representante do "expressionismo abstracto" americano, aconselhava os observadores dos seus quadros a " ... tentar captar aquilo que o quadro tem para vos oferecer, em vez de tentar ver nele uma mensagem principal e a confirmação das vossas ideias preconcebidas".
Para ele o mais importante não era a mensagem que o quadro transmitia, mas sim aquilo que ele despertava no seu observador.
A obra "Mastros Azuis":
Jackson Pollock
"Mastros Azuis"
1952
Tintas diversas sobre tela - 210x487 cm
National Gallery, Camberra
O quadro "Mastros Azuis" é uma pintura de grandes dimensões (como Pollock gostava de fazer), rico de cores e com grande densidade de tinta.
A determinada altura quase que abandonou este quadro, porque pensou que não conseguia encontrar forma de o fazer "funcionar". O quadro tinha uma tal variedade de cores que ao olhar para ele não lhe encontrava harmonia ou ritmo naturais. Até que decidiu mergulhar em tinta azul peças de madeira de 5x10 cm de espessura e comprimi-las contra a tela pintada, formando oito "mastros azuis".
Assim, o quadro adquiriu a harmonia e o ritmo que lhe faltava, pois os "mastros" criaram a união da composição, dando-lhe sentido.
No entanto, Pollock continuou a trabalhar na tela, mesmo depois de juntar os mastros, basta olhar as manchas de tinta que colocou sobre eles.
"Quando pinto, não sei o que faço ... porque a pintura tem uma vida própria."
Jackson Pollock
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