... " Quero dormir e sonhar

um sonho que em cor me afogue:

verdes e azuis de Renoir

amarelos de Van Gogh." ...

António Gedeão
(1956)

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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Dia Mundial da Paz



René Magritte
"A Grande Família"
1963
 
 
VOTOS DE BOM ANO!



terça-feira, 12 de abril de 2011

Desafios ... Resposta: René Magritte

"Se eu soubesse pintar"

"Não tenho, nunca tive, engenho para a pintura,
mas se o tivesse gostava de pintar como Magritte ... "
José Jorge Letria

Cá está a resposta a este desafio:

Pintor - René Magritte
Título - "Saudade"
Ano - 1940



Segundo Marcel Paquet: " Magritte vira subversivamente do avesso a percepção: os objectos que pinta são todos claramente reconhecíveis provém de uma esfera banal e quotidiana, contudo, logo que pintados de uma forma bastante académica (...) mudam, e tudo mergulha na incerteza." *

Este pintor vai-se libertando das aparências de uma forma provocadora e surpreendente.
Assim, neste quadro, o leão e o homem alado ali estão, lado a lado, numa ponte, um sítio onde não parecem pertencer.
O homem está, de costas, perdido nos seus pensamentos, sonhando, melancolicamente, em fugir, voar ou até morrer, parece que quer escapar à prisão que este mundo representa.

* Parquet, Marcel - "Magritte" - Taschen - 1992

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Observando um Quadro ... de Magritte ... nº 10



René Magritte
"O Império das Luzes"
Óleo sobre tela - 146x114cm
1954
Musées Royaux des Beaux-Arts de Belgique, Bruxelas

Ao lançarmos um breve olhar sobre a tela "O Império das Luzes" de René Magritte, não descortinamos logo todo o contraste nela contido. Só numa observação mais atenta conseguimos verificar todo o surreal(ismo) existente na representação desta cena que nos parece realista.
É neste segundo olhar que descobrimos " uma cena nocturna sob um céu diurno" (Marcel Paquet).
Sobre esta ideia para o quadro "O Império das Luzes", Magritte quis esclarecer-nos sobre as suas intenções dizendo: " Reproduzi diferentes conceitos de O Império das Luzes, concretamente uma paisagem nocturna e um céu, tal como o vemos durante o dia.
A paisagem leva-nos a pensar na noite, o céu no dia. Na minha opinião, esta simultaneidade de dia e noite tem o poder de surpreender e encantar. Chamo a este poder poesia".

René Magritte (1898-1967) nasceu na Bélgica e segundo ele poucas recordações de infância ficaram retidas na sua memória. Uma das poucas lembranças referidas pelo pintor foi o seu gosto em brincar com uma rapariguinha num velho cemitério abandonado. A este respeito dizia "... costumávamos levantar os portões de ferro e entrar nas abóbadas subterrâneas. Uma vez, ao voltar à luz do dia, reparei num artista a pintar numa rua do cemitério, muito pitoresca, com as suas colunas de pedra partidas e folhas amontoadas. Este artista viera da capital; a sua arte parecia-me mágica e ele dotado de poderes mágicos".
Magritte registou na sua memória esta experiência de infância e comparou-a ao prazer da liberdade que mais tarde sentiu quando começou a pintar quadros menos convencionais, num "realismo mágico" como lhe chamou.

O contraste entre as sombras das abóbadas do subterrâneo do cemitério e a luz do dia
quando emergia à superfície, o contraste entre o mundo de duas crianças cheias de vida e o local onde brincavam - num cemitério - em que repousavam os que já não tinham vida, aparece na obra de Magritte.
Muitos dos elementos, representados nos seus quadros, apresentam um contraste profundo entre si, para provocar uma reacção do observador, convidando-o a pensar.
"Magritte era um pintor de ideias, um pintor de pensamentos visíveis, mais do que de assuntos" (Marcel Paquet).
Quando, em 1922, viu uma reprodução do quadro "Canção de amor" de De Chirico, Magritte ficou profundamente impressionado e mais tarde escreveu: "Foi um dos momentos mais comoventes da minha vida; pela primeira vez os meus olhos viram o pensamento".

Magritte, com a tela "O Império das Luzes", ao representar simultaneamente o dia e a noite ( a luz e a escuridão) consegue perturbar-nos na nossa forma de organizar a vida, mas ... tem o poder de nos "surpreender e encantar", tal como o próprio pintor pretendia.