... " Quero dormir e sonhar

um sonho que em cor me afogue:

verdes e azuis de Renoir

amarelos de Van Gogh." ...

António Gedeão
(1956)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Observando um Quadro ... de Brullov ... nº 3



Karl Brullov
"Morte de Inês de Castro, esposa morganática do Infante D. Pedro"
Óleo sobre tela
1834
Museu Russo de S. Petersburgo - Rússia

Deparei-me com este quadro monumental, em 2006, entre os muitos que faziam parte de uma exposição temporária, no Museu Guggenheim, em Bilbau, intitulada "Rússia". Nela fazia-se uma retrospectiva da pintura russa desde a Idade Média ao Século XX.
Pintado no século XIX, pelo pintor russo Karl Brullov, este quadro emocionou-me porque fui encontrar entre temáticas tão diversas, um que me fazia "mergulhar" na maior história de amor portuguesa, feita de encontros e desencontros e que terminou de forma tão trágica.
Aqui estava a prova que o mito passou fronteiras!
Desde a poesia ao teatro, da música à dança, da escultura à pintura, do cinema às canções, da medalhística à banda desenhada o episódio da "mísera e mesquinha que depois de morta foi rainha" despertou manifestações de interesse, nas mais variadas partes do Globo.
Ao observar este quadro ficou-me a interrogação - O que tanto atrairá a Humanidade para este tema?
Aqui, recorro às palavras de Maria Leonor Machado de Sousa in "Pedro e Inês - um tema de sempre" : "Na verdade, no quadro do imaginário universal a história de Pedro e Inês remete para dois valores pelos quais a Humanidade sempre lutou (...): a liberdade e o amor."
Inês de Castro é o mito que revive e como Pedro mandou gravar no túmulo da sua amada é para durar ... "até ao fim do Mundo".

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