The small town of Sintra is magic. Called by the Celtic the "Mountain of the Moon" and "Mons Lunae" by Romans, arrived till now as the first Romantic Kingdom, full of magnificent palaces, fascinating mansions and one castle of fairytales.
"In the 19th century Sintra became the first centre of European Romantic architecture. Ferdinand II turned a ruined monastery into a castle where this new sensitivity was displayed in the use of Gothic, Egyptian, Moorish and Renaissance elements and in the creation of a park blending local and exotic species of trees. Other fine dwellings, built along the same lines in the surrounding serra , created a unique combination of parks and gardens which influenced the development of landscape architecture throughout Europe."
Não sei se já escrevi que não aprecio a época carnavalesca, mas aqui fica expresso.
Não consigo perceber os desfiles de escolas de samba em Portugal, em que meninas semi-nuas fustigadas pelo vento, pelo frio e quantas vezes pela chuva, se bamboleiam e saracoteiam para manterem a temperatura corporal em níveis compatíveis com a sobrevivência.
Outro fenómeno que sempre me intrigou é o aparecimento das matrafonas, em que os homens se transfiguram em seres completamente grotescos. Parece que nesta época um ser superior asperge pós de transfiguração e ... é ver aparecerem os toureiros e as sevilhanas, as princesas e os zorros por todo o lado.
Mas qual o interesse de "todos", no Carnaval, quererem parecer o que não são , se durante todo o ano alguns andam mascarados de Lobo Mau e a maioria de Capuchinho Vermelho?
E então eu imagino as quatro meninas do quadro de Francisco de Goya mascaradas de Capuchinhos Vermelhos, atirando os espantalhos ao ar.
Francisco de Goya
"O Espantalho"
1791-1792
Óleo sobre tela, 267x160 cm
Madrid, Museo del Prado
O Carnaval é sátira.
E também Francisco de Goya satiriza nesta obra.
É um jogo, uma brincadeira carnavalesca da sua época, em que quatro jovens mulheres, segurando as pontas de um cobertor, atiram um homem ao ar fazendo dele "gato-sapato".
Aqui elas vingam-se da crueldade a que estão submetidas.
Goya, ao longo da sua vida, foi-se cada vez mais preocupando com a forma como as pessoas tratam o seu semelhante.
No âmbito das comemorações do 4º centenário da morte de El Greco, o Museu Thyssen Bornemisza, Madrid, apresenta, até 2 de Março, uma exposição: El Greco. De Itália a Toledo, em que mostra os resultados técnicos realizados pela área de restauro sobre quatro obras do artista pertencentes à sua colecção: La Anunciación, c. 1576; Cristo abrazando la cruz, c.1587-1596; La Anunciación, c. 1596-1600 e La Inmaculada Concepción, c. 1608-1614.
O estudo destas obras através de análises químicas, radiografias e imagens infra-vermelhas permitiram aprofundar a evolução material e conceptual de El Greco nas duas etapas da sua vida: a italiana e a espanhola.
Na primeira etapa, El Greco manifesta a influência dos grandes mestres italianos, na segunda a sua pincelada torna-se mais solta, misturando empastes e velaturas sem ordem estabelecida.
Os últimos anos são o culminar de um estilo inconfundível e pessoal em que as figuras são apresentadas de forma alongada e manchada com toques impressionistas.
Cerca de duas décadas separam cada um destes três rostos de anjos pintados por El Greco: o primeiro pertence a uma Anunciação da sua etapa em Itália, por volta de 1576, o segundo é de outra Anunciação, já dos seus anos em Espanha, por volta de 1596-1600 e o último da Imaculada Conceição de 1608-1614.
Detalhes como este mostram a incrível mestria da técnica de El-Greco e a sua progressiva evolução até uma pincelada cada vez mais solta.
As pinturas sacras de El Greco, com figuras alongadas e paletas de cor exageradas, tornaram-no um pintor singular, facilmente reconhecível pelas suas características pictóricas. Mas a sua mestria pode ser também observada através dos retratos que executou.
E foi precisamente com os retratos que El Greco alcançou o reconhecimento que, na sua época, não conseguiu com o resto da sua obra. Com este reconhecimento obteve muitas encomendas dos seus contemporâneos.
El Greco
"O Cavaleiro com a mão no peito"
c. 1580
Óleo sobre tela, 81x66 cm
Museu do Prado, Madrid
Considerado tradicionalmente como um retrato de um desconhecido, há quem o atribua a D. Juan da Silva, notário-mor de Toledo e Cavaleiro da Ordem de Santiago.
É um dos melhores exemplos da retratística de El Greco, tendo sido realizado em Toledo no início da sua estada em Espanha.
Com este retrato, El Greco criou um modelo de nobre espanhol do século XVI, que, com a sua pose, afirma ao mesmo tempo a sua fé e a sua nobreza, assim como a vontade de defender ambas com a espada.
O pintor definiu um protótipo de retrato: um busto recortado sobre um fundo neutro, com roupagens escuras e com a luz concentrada, por um lado, no rosto e nas mãos, e por outro em pormenores de discreta ostentação.
El Greco, na obra "O Cavaleiro com a mão no peito" pretendeu imortalizar o momento do juramento, ritual efectuado durante a investidura do cavaleiro e reconhecível tanto na posição da mão direita, como na presença da espada.
Vamos então observar alguns pormenores do quadro.
O rosto:
O olhar penetrante e a forma alongada do rosto do Cavaleiro são certamente reminiscências da formação grega de marca bizantina do artista.
El Greco concentra a sua atenção no olhar penetrante e no rosto, isolando-o da obscuridade do fundo neutro através da gorjeira branca que absorve toda a luz nas suas rígidas pregas engomadas.
A mão:
Ao representar a mão no peito, El Greco sublinha o gesto de um juramento.
À mão direita no peito corresponde o ombro esquerdo, mais baixo, junto ao qual se pode ler a assinatura do pintor em caracteres gregos.
Podemos ainda vislumbrar uma medalha, suspensa num comprida e delicada corrente a aparecer discretamente entre as pregas da veste, o que indica a nobreza do Cavaleiro
A espada:
Outro pormenor precioso do quadro é o punho da espada, atributo de nobrezae, por isso, o retratado ser identificado como um Cavaleiro.
A execução do guarda-mão dourado da espada mostra a habilidade técnica do artista.
Este refinado objecto testemunha a tradicional produção artesanal de armas brancas e de espadas da cidade de Toledo.
Este ano passam 400 anos sobre a morte do pintor Domenikos Theotokopoulos ( 1541 Creta- 1614 Toledo), conhecido por El Greco.
A sua formação iniciou-se com a execução de ícones segundo a tradição dos pintores bizantinos e prosseguiu com a sua partida para Veneza, em 1567, para assimilar o estilo da pintura ocidental, o que conseguiu na perfeição. Em Veneza estudou com Ticiano e recebeu a inspiração de Tintoretto.
Em 1570 segue para Roma, onde permaneceu dois anos, mas não tendo alcançado o reconhecimento que considerava merecer viaja para Espanha. Estabelece-se durante algum tempo em Madrid, mas também aí não conseguiu que a sua obra fosse valorizada porque Filipe II não a considerava adequada para o Escorial. Parte então para Toledo onde se instalou permanentemente, produzindo uma obra de características únicas.
El Greco
Vista de Toledo (entre c. 1509 e c. 1600),
Metropolitan Museum, Nova Iorque
El Greco conseguiu juntar de um modo excepcional o estilo bizantino, a pintura do Renascimento e a religiosidade da Espanha medieval.
O estilo mais característico de El Greco: " ... corresponde à fase final da sua arte, em que se distancia claramente da pintura do seu tempo - quando trinfava a corrente naturalista - e que tanta estranheza causou entre os seus contemporâneos e nos séculos seguintes, dada a sua extraordinária liberdade de concepção e de execução". *
El Greco para executar as grandes composições sacras escolhe o formato de um rectângulo alongado, em que a altura é mais do dobro da largura. Esta proporção facilita a verticalidade das figuras e coloca as cenas em dois níveis sobrepostos: na parte inferior as personagens têm uma maior corporização terrestre, enquanto a parte superior é reservada às aparições divinas e aos coros angelicais.
Este formato adoptado pelo pintor alonga as figuras, sem, no entanto, abandonar a excelente concepção das anatomias e da expressão do movimento.
"As (suas) obras possuem um claro sentido ascensional que une o terreno e o celestial e o artista rompe com a representação tradicional da perspectiva e fez do espaço algo sem gravidade e imaterial.
Tudo isto, aliado à cor intensa e contrastada, à luz irreal e poderosa e à liberdade das pinceladas vibrantes, dá origem a imagens de grande força expressiva e espiritual". *
* O Guia do Prado - Museu Nacional del Prado, 2ª edição, revista, Janeiro 2011
El Greco
"A Anunciação"
Retábulo-mor do Colégio de Dona Maria de Aragão
1597-1600
Óleo sobre tela, 315x174 cm
Museu del Prado, Madrid
El Greco
"O Baptismo de Cristo"
Retábulo-mor do Colégio de Dona Maria de Aragão
1597-1600
350x144 cm
Museu del Prado, Madrid
El Greco
"A Assunção da Virgem"
c. 1607-1613
Óleo sobre tela, 347x174 cm
Museu de Santa Cruz, Toledo
El Greco
"A Adoração dos Pastores"
1612-14
Óleo sobre tela, 319x180 cm
Museu del Prado, Madrid
Toledo presta homenagem a El Greco
Segundo uma notícia de 23/12/2013, do Jornal Público, a cidade de Toledo vai prestar homenagem a El Greco:
"Em 2014 passam 400 anos sobre a morte do pintor Domenikos
Theotokopoulos, que conhecemos como El Greco, e a cidade espanhola que guarda
algumas das suas obras mais notáveis não vai deixar passar a data em branco.
Segundo o diário espanhol ABC, a fundação criada para marcar este
aniversário já tem o programa completo e promete dar destaque, entre outras
coisas, ao restauro recém-terminado da obra do pintor para a sacristia da
catedral de Toledo.
“El Greco é, entre os mestres de todos os tempos, o que mais influenciou a pintura do século XX”, defende Gregorio Marañón y Bertrán de Lis, presidente da Fundação El Greco 2014, nas páginas do jornal espanhol. “E esta surpreendente sobrevivência de um pintor do século XVI, cuja memória se perdeu no esquecimento durante quase 300 anos, só se explica pela sua modernidade genial, uma das chaves que mais destacaremos ao longo do ano.” Um ano que começa a 18 de Janeiro com um concerto conduzido pelo músico e compositor espanhol Llorenç Barber envolvendo os sinos de 25 igrejas da pequena cidade junto ao Tejo onde o pintor chegou aos 36 anos.
A música continua em Abril, com Riccardo Mutti a dirigir o Requiem de Verdi (dia 12) e Michael Noone a conduzir o de Morales (a 7), entre muitos outros, mas o prato forte são as exposições no Museu de Santa Cruz, o principal da cidade, e a do Prado, em Madrid, que tem na sua colecção obras extraordinárias deste pintor que fugiu à corte e nunca perdeu as suas influências grega e italiana.
Santa Cruz propõe, de 14 de Março a 14 de Junho, uma viagem no tempo à Toledo de El Greco, alargada a outros cinco espaços da cidade em que a pintura e a escultura do mestre ocupam os lugares para onde foram criadas há mais de 400 anos. Uma das estrelas desta exposição será Vista de Toledo, pintura que pertence ao Metropolitan Museum, de Nova Iorque. De 8 de Setembro a 9 de Dezembro, o museu volta-se para o atelier do artista e para alguns dos mistérios que ainda rodeiam a sua produção.
A pinacoteca madrilena vai cruzar a sua obra com a de mestres do século XX, para demonstrar a sua “modernidade radical”, diz ainda Gregorio Marañón, num pólo que garante a este aniversário uma montra internacional, a que se juntarão, ao longo no ano, congressos de musicologia e história para mostrar o que de mais recente se tem feito no que toca à investigação científica em torno do “Grego de Toledo”.
Em 2014, uma mostra do pintor francês Paul Cézanne (1839-1906) abre o ciclo de exposições do Museo Thyssen-Bornemisza, em Madrid.
A exposição decorrerá de 4 de Fevereiro a 18 de Abril de 2014 e apresentará paisagens e naturezas-mortas deste artista.
Segundo uma nota de imprensa do museu, esta será a primeira exposição monográfica sobre este artista, organizada em Espanha nos últimos 30 anos.
Cézanne, durante quase toda a sua vida, viu ser-lhe negado o reconhecimento da sua arte.
Embora tenha conseguido a admiração de outros pintores, permaneceu desconhecido do grande público até aos anos 90 do século XIX.
Em 1895, a galeria Ambroise Vollard, fez a primeira exposição individual com cerca de 150 das suas obras, a que se seguiram mais duas, uma em 1898, outra em 1899. A partir desta data , Cézanne passou a participar quase todos os anos nas exposições do Salão dos Independentes. No Salão de Outono de 1904, foi dedicada uma sala inteira a 33 trabalhos seus.
Pouco depois da sua morte, foram realizadas três retrospectivas que contribuíram para a aceitação da sua obra: 1906, o Salão de Outono, para onde o artista ainda enviou quadros; 1907, em Junho a galeria Bernheim-Jeune apresentou 79 aguarelas e no Outono o Grand Palais dedicou duas salas à sua memória, em que foram apresentados 49 quadros e 7 aguarelas.
As duas retrospectivas de 1907 permitiram, pela primeira vez, uma visão global da obra deste artista, e contribuíram para que a admiração por Cézanne aumentasse, principalmente entre os artistas seus contemporâneos.
Leo Stein* relatou o modo como a opinião do público se foi alterando: "Anteriormente Cézanne só era significativo para alguns; estava agora a tornar-se importante para todos. No Salão de Outono de 1905, as pessoas tinham tido acessos histéricos de riso em frente dos seus quadros, em 1906 comportavam-se com respeito e em 1907 reverenciavam-no. Cézanne era o homem do momento".
* Coleccionador e crítico de arte norte-americano
Cézanne vai ser o pintor do momento no Museo Thyssen-Bornemisza ...
Esta é uma exposição a não perder ...
Paul Cézanne
"Vista sobre L´Estaque e o Château d´If"
1883-1885
Óleo sobre tela, 71x57,5 cm
Colecção particular
Fitzwilliam Museum, Cambridge
Paul Cézanne
"A Montanha Sainte-Victoire e o Château Noir"
1904-1906
Óleo sobre tela, 65,6x81 cm
Fundação Ishibashi,
Bridgestone
Museum of Art, Tóquio
Paul Cézanne
"Natureza-Morta cm maçãs e laranjas"
c. 1895-1900
Óleo sobre tela, 65x81 cm
Musée d´Orsay, Paris
Paul Cézanne
"Natureza-Morta com pote de gengibre, açucareiro e maçãs"
Casa da Liberdade lança petição contra venda de 85 quadros de Miró pelo Estado
A Casa da Liberdade Mário Cesariny, do Coletivo Multimédia Perve, lançou uma petição pública contra a venda de 85 quadros de Joan Miró, na posse do Estado português, marcada para fevereiro deste ano num leilão em Londres.
A petição lançada na internet na sexta-feira tem como objetivo, segundo os promotores, impedir uma venda que consideram "danosa e irreversível" para o país, e por isso pretendem levar o caso à discussão pública e à Assembleia da República.
A coleção de 85 quadros do pintor catalão Joan Miró está na posse do Estado desde a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), e - revelou à Lusa, no final do ano passado, o presidente da Parvalorem - será leiloada pela Christie's em fevereiro, em Londres.
Francisco Nogueira Leite, presidente da Parvalorem, um dos três veículos estatais criados para gerir os ativos do BPN, banco nacionalizado em 2008, indicou na altura que a Christie's tinha vencido o concurso aberto a leiloeiras internacionais.
Os promotores da petição pública querem travar este processo por considerarem que representa "uma segunda espoliação do património nacional que pertence a todos os portugueses, recentemente chamados a pagar a fatura do BPN", sustentam, no texto da petição.
Recordam também que, em 2008, uma empresa envolvida no processo estimou o valor dos 85 quadros entre 80 milhões e 150 milhões de euros.
Inaugurada no final de 2013, a direção artística da Casa da Liberdade Mário Cesariny é da responsabilidade do galerista Carlos Cabral Nunes, um dos fundadores do Coletivo Multimédia Perve, associação cultural sem fins lucrativos criada em 1997, em parceria com a Perve Global, empresa proprietária das duas Galerias Perve, em Lisboa.
"Atendendo à sua colossal importância, a manutenção destas obras de arte em território nacional permitiria gerar receitas em valor muito superior ao que se possa aferir com a sua venda no mercado internacional, já que constituem importantes e insubstituíveis testemunhos da história da arte mundial", argumenta o Coletivo Multimédia Perve.
Por isso, defendem a disponibilização do conjunto ao público num espaço museológico, que, sustentam, "possibilitaria atrair a Portugal, ao longo de décadas, fluxos do turismo internacional de arte e cultura, gerando múltiplos benefícios para a economia local".
Lamentam também que as 85 obras que estão na posse do Estado desde 2008, nunca tenham sido objeto de nenhuma exposição pública, "nem consta que exista registo fotográfico das mesmas disponível ao público".
A petição está online em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=joanmiro, e recebeu 290 assinaturas desde sexta-feira.
Era um projeto apoiado pelo artista, que
não chega a ver a sua conclusão nem a exposição permanente das suas obras. Siza
Vieira, autor do projeto, lamenta o atraso.
Era um espaço que Nadir Afonso apoiava e para o qual está prevista uma
exposição permanente das suas obras, mas que o pintor, que morreu na
quarta-feira, aos 93 anos, já não verá. Devia estar pronto em 2011 mas, fruto de
sucessivos atrasos, só estará concluído em 2014 - 8 de julho é a nova data para
a inauguração.
(...)
O município, de onde era natural o pintor e onde voltava sempre, tinha
programado a abertura da fundação para dia 4 de dezembro, data em que o pintor
assinalou o 93.º aniversário, num momento em que a sua saúde era já muito débil.
No verão já tinha falhado o ritual de ir de férias à terra natal e passear pelas
margens do rio Tâmega. (...)
Nascido em Chaves, em 1920, o pintor, arquiteto e pensador Nadir Afonso Rodrigues tinha completado o 93º aniversário no dia 4.
O pintor e arquitecto português Nadir Afonso morreu hoje, aos 93 anos, no Hospital de Cascais.
Diplomou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Em 1946, estuda pintura na École des Beaux-Arts de Paris, e obtém por intermédio de Portinari uma bolsa de estudo do governo francês.
Até 1948 e novamente em 1951 foi colaborador do arquitecto Le Corbusier; nomeadamente no projecto da cidade radiosa de Marselha, e serviu-se algum tempo do atelier de Fernand Léger. De 1952 a 1954, trabalha no Brasil com o arquitecto Oscar Niemeyer. Nesse ano, regressa a Paris, retoma contacto com os artistas orientados na procura da arte cinética, desenvolvendo os estudos sobre pintura que denomina "Espacillimité".
Na vanguarda da arte mundial expõe em 1958 no Salon des Réalités Nouvelles "espacillimités" animado de movimento. Em 1965, Nadir Afonso abandona definitivamente a arquitectura; consciente da sua inadaptação social, refugia-se pouco a pouco num grande isolamento e acentua o rumo da sua vida exclusivamente dedicada à criação da sua obra.
Foi distinguido em 1967 com o Prémio Nacional de Pintura e em 1969 com o Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso, e condecorado com o grau de Oficial (1984) e de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (2010).
James Abbott McNeill Whistler (1834-1903) nasceu nos Estados Unidos da América, mas viveu a juventude em S. Petersburgo e Moscovo, onde o pai se fixou para trabalhar como engenheiro na construção de uma via férrea.
Whistler aos 21 anos teve uma breve passagem pela Academia Militar de West Point mas, como não tinha nem físico, nem temperamento para a vida militar, foi expulso. Por graça costumava dizer: " Se o silício fosse um gás eu teria sido major-general !".
Após esta experiência falhada, parte para Paris, porque queria seguir uma carreira artística. Nesta cidade contactou com artistas de vanguarda como Courbet, Manet e Degas, mas foi em Londres que estabeleceu a sua residência.
James Whistler
Nocturno em Preto e Ouro : A Queda do Foguete
1874
Óleo sobre tela, 60x47 cm
Institute of Arts, Detroit
Este quadro de Whistler foi exposto na Grosvenor Gallery em 1877 e provocou a ira do crítico de arte, John Ruskin, que o classificou como um insulto aos espectadores. E num artigo escreveu que esta pintura era " um pote de tinta atirado à cara do público".
Whistler ficou furioso e interpôs contra este famoso crítico uma acção por difamação.
O julgamento causou sensação!
Whistler foi difamado, mas o juiz deu-lhe razão, no entanto, foi obrigado a pagar as custas do processo, ficando arruinado.
A inspiração para esta obra nasceu de uma visita de Whistler a um espectáculo de fogo-de-artifício nos Cremorne Gardens, Londres.
Os espectáculos nocturnos que ocorriam nestes jardins, situados perto da residência de Whistler, inspiraram-no, sendo este um de vários quadros que pintou sobre este tema.
A ideia de usar na pintura títulos musicais foi uma proposta de Theóphile Gautier (1811-72), crítico de arte e que Whistler adoptou porque se adaptava perfeitamente aos seus intuitos.
James Whistler executou estes Nocturnos com o tratamento liso da arte japonesa, em que não havia a preocupação de criar a ilusão de espaço.
Nunca os pintava no local, fazia-o de memória no seu atelier, porque queria preservar as impressões vividas nos Cremorne Gardens, sem que as cenas fossem descritas com demasiado pormenor. Pretendia que a pintura captasse o drama e a beleza do instante fugaz em que o foguete rebenta no ar e espalha na noite uma chuva de fagulhas.
Mal se vislumbram, neste ambiente nocturno, os vultos das árvores, de um lago ou mesmo dos espectadores sugeridos no primeiro plano.
Apesar da pincelada livre, Whistler trabalhava devagar, modificava com muita frequência o que tinha feito. Apagava os erros deixando apenas uma delicada película de tinta transparente. Criou um medium especial formado por goma, terebentina e óleo de linhaça, a que chamava "sumo" e que aplicava em camadas transparentes, depois limpava-as até obter a imagem final que o satisfizesse.
Neste quadro usou várias camadas finas para dar a impressão de fumo que ascendia na escuridão, depois gotejou a superfície da tela para transmitir o efeito de fogo-de-artifício.
No canto inferior direito podemos ver a assinatura de Whistler que tem uma forma invulgar. Muitas vezes adoptou a sua assinatura de modo a formar uma borboleta, não é o caso nesta obra, mas era frequente fazê-lo.
A arte de James Whistler sugeria uma nova estética e por isso irritou John Ruskin, que acreditava firmemente nas virtudes da pintura pormenorizada e cuidadosa e nas finalidades morais e didácticas da arte.
Ficando a pergunta: deve a arte ter uma finalidade moral?
A pintora Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), que se naturalizou francesa em 1952 e foi galardoada com o Grande Prémio Nacional das Artes, do Governo francês, tem , desde o passado sábado, uma placa com o seu nome na casa onde viveu e trabalhou em Paris, no número 34 da rua de l’Abbé Carton, no XIV bairro da cidade.
Fonte: Público
O Testamento de Vieira da Silva
Eu lego aos meus amigos
Um azul cerúleo para voar alto.
Um azul cobalto para a felicidade.
Um azul ultramarino para estimular o espírito.
Um vermelhão para o sangue circular alegremente.
Um verde musgo para apaziguar os nervos.
Um amarelo ouro: riqueza.
Um violeta cobalto para o sonho.
Um garança para deixar ouvir o violoncelo.
Um amarelo barife: ficção científica e brilho; resplendor.
Um ocre amarelo para aceitar a terra.
Um verde veronese para a memória da primavera.
Um anil para poder afinar o espírito com a tempestade.
Um laranja para exercitar a visão de um limoeiro ao longe.
Um amarelo limão para o encanto.
Um branco puro: pureza.
Terra de siena natural: a transmutação do ouro.
Um preto sumptuoso para ver Ticiano.
Um terra de sombra natural para aceitar melhor a melancolia negra.
Um terra de siena queimada para o sentimento de duração.
Vieira da Silva
Vieira da Silva
"A cidade suspensa"
1952
Óleo sobre tela
Musée des Beaux-Arts
Lille, França
Vieira da Silva
"A biblioteca em fogo"
1974
Óleo sobre tela, 158x178 cm
Colecção CAM - Fundação Calouste Gulbenkian,
Lisboa
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Pintor Domingos Sequeira abre XI Mostra Portuguesa
Uma exposição dedicada ao pintor português
Domingos António de Sequeira (1768-1837), com 29 obras foi inaugurada no
Museu del Romanticismo, em Madrid, abrindo a XI Mostra Portuguesa em Espanha.
De acordo com o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) - de cujo acervo são
provenientes todas as obras, excepto uma tela, que pertence ao Museu Nacional
Soares dos Reis, no Porto -- o convite surgiu do próprio museu espanhol.
Intitulada "En el umbral de la modernidad. Domingos Sequeira, un pintor
portugués", a exposição foi inaugurada, com a presença de
responsáveis do Museu del Romanticismo, do MNAA, e dos secretários de Estado da
Cultura dos dois países.
Foram seleccionadas obras de Domingos Sequeira das primeiras décadas do século
XIX, altura em que o seu trabalho se encontrava no "umbral da modernidade",
entre o Classicismo e o Romantismo, de um modo similar a Francisco de Goya, seu
contemporâneo na cultura espanhola.
Patente até 02 de fevereiro de 2014, a mostra é organizada pelo Museu del
Romanticismo, pelo MNAA, o Ministério da Educação, Cultura e Desporto de
Espanha, e a Secretaria de Estado da Cultura de Portugal.
A exposição insere-se no programa da XI Mostra Portuguesa, festival
multidisciplinar organizado pela Embaixada de Portugal em Espanha e pelo
Instituto Camões, que decorre durante o mês de novembro, com a apresentação da
criação literária, musical, cinematográfica, artes plásticas e gastronomia em
várias cidades espanholas.
Que nos é dado ver neste quadro?
Um bosque. Um bosque em tons outonais, frequentado por elegantes senhoras, por entre árvores majestosas.
E que intrigante é esta representação, assim como o título do quadro! - "As Musas no bosque sagrado".
O que à primeira vista nos parece ser um episódio da vida quotidiana, que era comum os impressionistas representar nas suas obras, transforma-se com Maurice Denis numa cena intrigante.
O que fazem estas elegantes senhoras, em poses afectadas, no seio de um bosque?
Maurice Denis chama-lhes Musas.
Este tema da mitologia grega é recorrente em obras de grandes artistas do passado, mas Maurice Denis trata-o de modo a que o observador seja iludido e não se aperceba logo da contradição entre a representação formal e o título.
As Musas, segundo a mitologia grega, eram divindades, filhas de Zeus e Mnemósine, deusa da memória e viviam junto do Olimpo onde alegravam, com os seus cânticos e graciosas danças, os banquetes dos deuses ou lamentavam a morte dos heróis nos seus funerais .
Foi Homero que, na Odisseia, fixou o número das Musas: nove; mas foi Hesíodo que, na Teogonia lhes deu o nome: Calíope deusa da poesia épica, Clio da história, Euterpe da música e da poesia lírica, Erato da poesia lírica coral, Terpsícore da dança e da poesia lírica com dança, Melpômene da tragédia, Tália da comédia, Polímia dos hinos dedicados aos deuses e da pantomina e finalmente Urânia da astronomia.
Representadas como raparigas belíssimas, vestindo trajes esvoaçantes e trazendo nas mãos os símbolos dos seus atributos: máscaras da tragédia e da comédia, instrumentos musicais, pergaminho ou globo.
Mas as Musas, deste quadro, não são representadas deste modo tradicional. Não trazem nas mãos os símbolos dos seus atributos, não parecem ser aquelas deusas da mitologia grega. Aparecem vestidas e penteadas de acordo com a moda contemporânea do artista (finais do século XIX).
E que espanto! Não existem Musas nos nossos dias?
Claro que sim!
Não vestem como deusas gregas, não se lhes conhecem os atributos destas divindades, mas são inspiradoras e protectoras.
O que dizer quando um enamorado proclama à sua amada: És a minha musa! ?
Ela é real, é contemporânea, é tangível. Ela existe, é inspiradora.
Voltemos à obra de Maurice Denis.
Maurice Denis (1870 - 1943) foi um seguidor da escola de Pont-Aven, criada por Paul Gauguin. Farto da turbulência da grande cidade de Paris, Gauguin parte para esta pequena aldeia na Bretanha onde encontrou a espontaneidade, a autenticidade e a ingenuidade que tanto buscava. Aconselhava os outros pintores: "Não imitem demasiado a natureza. A obra de arte é uma abstracção". "O mais importante é a emoção, a comoção da alma; só depois vem a compreensão".
Em Pont-Aven, outros jovens pintores juntaram-se a Gauguin, como por exemplo: Paul Sérusier e Emile Bernard.
Paul Sérusier vai liderar, nos finais do século XIX, o grupo dos Nabis (os Profetas), que seguiam os ideais artísticos de Paul Gauguin, concentrando-se na expressão artística e no simbolismo.
Maurice Denis pertenceu ao grupo dos Nabis.
Os Nabis pretendiam estar à frente do seu tempo, abrindo novos caminhos à arte.
Interessavam-se pelo exótico e pela arte oriental.
No quadro "As Musas" Maurice Denis cria um espaço sem profundidade como nas estampas japonesas.
Apreciavam a pintura baseada na deformação da realidade.
Denis, nesta obra, deforma a realidade objectiva através da representação das personagens cristalizadas em poses afectadas, como em alguns jogos infantis, assim como na representação das silhuetas das árvores, que nada têm de natural e do chão, coberto de folhas que mais parece uma carpete.
Para os Nabis a cor é o elemento fundamental nas suas composições. Utilizam as cores com grande sentido estético. Empregam tons que vão dos cinzas aos verdes, passando pelos castanhos e ocres...
Nesta tela, Maurice Denis utiliza os castanhos potenciando o sentido decorativo. As cores outonais, quase feéricas, intensificam o jogo gráfico das linhas e dos entrelaçamentos. A linha é mais decorativa do que nunca realçando as poses e a elegância das personagens femininas. Mas para contrastar e reequilibrar a suavidade dos traços das figuras e das copas das árvores, surgem as linhas verticais dos troncos, dando espessura e volume ao conjunto.
Maurice Denis obtém o resultado esperado: um quadro elegante, sugerindo uma atmosfera indefinida e misteriosa.
Os Nabis consideravam a arte como " a maneira subjectiva de expressar as emoções", libertando a pintura da representatividade.
A partir daqui está aberto o caminho à arte moderna, ao abstraccionismo.
No dia 9 de Setembro foi assinado, em Lisboa, um acordo entre os Museus do Prado (Madrid) e Nacional de Arte Antiga (Lisboa).
Com este convénio chega a Lisboa, no dia 29 de Novembro, uma mostra de paisagens nórdicas do século XVII, pertencentes ao acervo do Museu do Prado.
António Pimentel, director do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) , segundo as palavras de Miguel Zugaza, director do Museu do Prado, foi " o verdadeiro impulsionador deste acordo", que além desta exposição temporária , tem também nas suas cláusulas, a realização de programas de intercâmbio e de empréstimo entre os dois museus.
O Jornal Público, na sua edição de 9/9/2013, noticiou o evento:
Museu do Prado traz 60 pinturas ao Museu Nacional de Arte Antiga
Acordo entre os dois museus ibéricos foi assinado esta segunda-feira em Lisboa.
Uma exposição com 60 pinturas do Museu do Prado, de Madrid, e o intercâmbio de obras de Bosch e Dürer são alguns dos pontos principais de um protocolo assinado esta segunda-feira com o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
O acordo foi formalizado pelos directores das duas instituições - António Filipe Pimentel, do museu português, e Miguel Zugaza, do Prado -, no Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), na rua das Janelas Verdes, em Lisboa, com a presença do secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e da directora-geral do Património Cultural, Isabel Cordeiro.Este acordo inédito, e de renovação automática, salvo algum impedimento de alguma das partes, determina uma série de iniciativas entre os dois museus, incluindo a divulgação e estudo dos respectivos acervos.
A primeira iniciativa é a inauguração no MNAA, a 29 de Novembro, da exposição temporária Rubens, Brueghel, Lorrain. A Paisagem do Norte no Museu do Prado, primeira mostra composta integralmente por obras do Museu do Prado realizada em Portugal. Comissariada por Teresa Posada Kubissa, conservadora do Museu do Prado, da área de pintura flamenga e Escolas do Norte (até 1700), a exposição viajou por algumas cidades espanholas e chegará à capital portuguesa com um número recorde de obras, segundo o museu.
Outra das iniciativas acordadas entre os dois museus é o empréstimo, pelo MNAA, do tríptico Tentações de Santo Antão, do pintor holandês Hieronymus Bosch, para a exposição que o museu espanhol dedicará ao artista em 2016.
Nesse ano, em que se assinalam os 500 anos da morte de Bosch, o Museu do Prado, que possui o Jardim das delícias terrenas na sua colecção, vai receber um número jamais reunido de obras do mestre holandês.
Na mesma altura, e no quadro do intercâmbio assinado, o MNAA receberá o auto-retrato do pintor Albrecht Dürer, pintado em 1498, considerada uma das mais emblemáticas obras do Museu do Prado, e raramente exposta fora de Espanha.
Também o tríptico de Bosch, Tentações de Santo Antão, o único que contém a assinatura do artista reconhecível, raramente saiu do MNAA, segundo disse o director do museu à Lusa, a última em 1992, para uma mostra nos Estados Unidos da América.
O acordo hoje assinado entre os dois museus ibéricos, insere-se na nova estratégia programática do MNAA, que engloba “a internacionalização do seu acervo e a cada vez mais assídua colaboração com museus estrangeiros de renome”, segundo o director.
Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante colecção pública de arte antiga do país, desde pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.
Além dos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, o acervo integra ainda, entre outros tesouros, a Custódia de Belém, de Gil Vicente, mandada lavrar por D. Manuel I e datada de 1506, os Biombos Namban, do final do século XVI, que registam a presença dos portugueses no Japão.
Piero della Francesa, Hans Holbein, o Velho, Pieter Bruegel, o jovem, Lucas Cranach, Albrecht Dürer, Jan Steen, Velásquez, van Dyck, Murillo, Ribera, Nicolas Poussin, Tiepolo são alguns dos mestres europeus representados na colecção do MNAA.
Quanto ao Museu do Prado, fundado em 1819 pelo rei Fernando VII, possui uma colecção de pintura desde o século XII até princípios do século XX e inclui os maiores acervos dos pintores Velásquez, Goya e Rubens, reunidos numa única instituição.
O seu acervo integra muitas das obras primas da pintura europeia, como a Anunciação,de Fra Angelico A Descida da Cruz, de Van der Weyden, O Jardim das Delícias, de Bosch, e David vencendo Golias, de Caravaggio.
O Prado acolhe também colecções de escultura antiga, artes decorativas, desenho, gravura e fotografia, com destaque para o maior conjunto do mundo de obras em papel da autoria de Goya. *
25 mil imagens de obras de arte em alta resolução para download gratuito
Claude Monet
Banks of the Seine, Vétheuil
A National Gallery of Art (Galeria de Arte Nacional), localizada em Washington, Estados Unidos, em parceria com a fundação Samuel H. Kress, disponibilizou para download gratuito 25 mil imagens de obras de arte em alta resolução. As imagens estão divididas por categorias ou podem ser consultadas por meio da busca pelo nome do autor ou título da obra.* Para mais informações
O Museu Van Gogh de Amesterdão revelou um quadro desconhecido do mestre holandês, pintado no apogeu da sua arte mas esquecido no sótão de um colecionador privado que sempre acreditou tratar-se de uma cópia.
Óleo sobre tela datado de 1888, ‘Pôr do Sol em Montmajour’ foi hoje revelado ao público pela primeira vez pelo diretor do museu Van Goh, Axel Rueger. O quadro mostra uma paisagem de carvalhos nos arredores da cidade francesa de Arles. Esta descoberta é “um acontecimento único na história do Museu Van Gogh”, afirmou Rueger, citado pela AFP. Comprada em 1908 por um colecionador privado, a obra passou vários anos no seu sótão, com o proprietário convencido de que se tratava de uma cópia. Agora, peritos em Van Gogh autenticaram o quadro, comparando a técnica usada com a do pintor. Além disso, o próprio Van Gogh descreve o seu quadro numa carta datada de 4 de julho de 1888. ‘Pôr do Sol em Montmajour’ estará exposta ao público a partir de 24 de setembro e durante um ano no Museu Van Gogh. Totalmente renovado, este espera receber 1,2 milhões de visitantes no próximo ano.
"O meu perfil é duro como o perfil do mundo. Quem adivinha nele a graça da pintura? Pedra talhada a pico e sofrimento, é um muro hostil à volta do pomar. Lá dentro há frutos, há frescura, há quanto faz um quadro doce e desejado; mas quem passa na rua nem sequer sonha que do outro lado a paisagem da vida continua."
Miguel Torga - Diário VI 1953 (adaptado)
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