segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Sabia que ...


  Fundação Nadir Afonso abre portas em julho de 2014


Fundação Nadir Afonso abre portas em julho de 2014

            Fotografia © José António Domingues/ Global Imagens



Era um projeto apoiado pelo artista, que não chega a ver a sua conclusão nem a exposição permanente das suas obras. Siza Vieira, autor do projeto, lamenta o atraso.

Era um espaço que Nadir Afonso apoiava e para o qual está prevista uma exposição permanente das suas obras, mas que o pintor, que morreu na quarta-feira, aos 93 anos, já não verá. Devia estar pronto em 2011 mas, fruto de sucessivos atrasos, só estará concluído em 2014 - 8 de julho é a nova data para a inauguração.
(...)
O município, de onde era natural o pintor e onde voltava sempre, tinha programado a abertura da fundação para dia 4 de dezembro, data em que o pintor assinalou o 93.º aniversário, num momento em que a sua saúde era já muito débil. No verão já tinha falhado o ritual de ir de férias à terra natal e passear pelas margens do rio Tâmega. (...)

Fonte: DN
 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Morreu o pintor Nadir Afonso


Morreu Nadir Afonso





Nascido em Chaves, em 1920, o pintor, arquiteto e pensador Nadir Afonso Rodrigues tinha completado o 93º aniversário no dia 4.


O pintor e arquitecto português Nadir Afonso morreu hoje, aos 93 anos, no Hospital de Cascais.
Diplomou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Em 1946, estuda pintura na École des Beaux-Arts de Paris, e obtém por intermédio de Portinari uma bolsa de estudo do governo francês.

Até 1948 e novamente em 1951 foi colaborador do arquitecto Le Corbusier; nomeadamente no projecto da cidade radiosa de Marselha, e serviu-se algum tempo do atelier de Fernand Léger. De 1952 a 1954, trabalha no Brasil com o arquitecto Oscar Niemeyer. Nesse ano, regressa a Paris, retoma contacto com os artistas orientados na procura da arte cinética, desenvolvendo os estudos sobre pintura que denomina "Espacillimité".

Na vanguarda da arte mundial expõe em 1958 no Salon des Réalités Nouvelles "espacillimités" animado de movimento. Em 1965, Nadir Afonso abandona definitivamente a arquitectura; consciente da sua inadaptação social, refugia-se pouco a pouco num grande isolamento e acentua o rumo da sua vida exclusivamente dedicada à criação da sua obra.

Foi distinguido em 1967 com o Prémio Nacional de Pintura e em 1969 com o Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso, e condecorado com o grau de Oficial (1984) e de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (2010).


Fonte: Expresso

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/morreu-nadir-afonso=f845655#ixzz2nD1eHb4E

O pintor arquitecto


 
Espacillimité
1954


Évora Surrealista
1945
 

Porto de Copenhaga
1975




Dresden
1985

 
Moscovo
1995

    segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

    Observando um Quadro ... de James Whistler - nº 26



    James Abbott McNeill Whistler (1834-1903) nasceu nos Estados Unidos da América, mas viveu a juventude em S. Petersburgo e Moscovo, onde o pai se fixou para trabalhar como engenheiro na construção de uma via férrea.
    Whistler aos 21 anos teve uma breve passagem pela Academia Militar de West Point mas, como não tinha nem físico, nem temperamento para a vida militar, foi expulso. Por graça costumava dizer: " Se o silício fosse um gás eu teria sido major-general !".
    Após esta experiência falhada, parte para Paris, porque queria seguir uma carreira artística. Nesta cidade contactou com artistas de vanguarda como Courbet, Manet e Degas, mas foi em Londres que estabeleceu a sua residência.




    James Whistler
    Nocturno em Preto e Ouro : A Queda do Foguete
    1874
    Óleo sobre tela, 60x47 cm
    Institute of Arts, Detroit



    Este quadro de Whistler foi exposto na Grosvenor Gallery em 1877 e provocou a ira do crítico de arte, John Ruskin, que o classificou como um insulto aos espectadores. E num artigo escreveu que esta pintura era " um pote de tinta atirado à cara do público".
    Whistler  ficou furioso e interpôs contra este famoso crítico uma acção  por difamação.
    O julgamento causou sensação!
    Whistler foi difamado, mas o juiz deu-lhe razão, no entanto, foi obrigado a pagar as custas do processo, ficando arruinado.

    A inspiração para esta obra nasceu de uma visita de Whistler a um espectáculo de fogo-de-artifício nos Cremorne Gardens, Londres.
    Os espectáculos nocturnos que ocorriam nestes jardins, situados perto da residência de Whistler, inspiraram-no, sendo este um de vários quadros que pintou sobre este tema.
    A ideia de usar na pintura títulos musicais foi uma proposta de Theóphile Gautier (1811-72), crítico de arte e que Whistler adoptou porque se adaptava perfeitamente aos seus intuitos.

    James Whistler executou estes Nocturnos  com o tratamento liso da arte japonesa, em que não havia a preocupação de criar a ilusão de espaço.
    Nunca os pintava no local, fazia-o de memória no seu atelier, porque queria preservar as impressões vividas nos Cremorne Gardens, sem que as cenas fossem descritas com demasiado pormenor. Pretendia que a pintura captasse o drama e a beleza do instante fugaz em que o foguete rebenta no ar e espalha na noite uma chuva de fagulhas.
    Mal se vislumbram, neste ambiente nocturno, os vultos das árvores, de um lago ou mesmo dos espectadores sugeridos no primeiro plano.
    Apesar da pincelada livre, Whistler trabalhava devagar, modificava com muita frequência o que tinha feito. Apagava os erros deixando apenas uma delicada película de tinta transparente. Criou um medium especial formado por goma, terebentina e óleo de linhaça, a que chamava "sumo" e que aplicava em camadas transparentes, depois  limpava-as até obter a imagem final que o satisfizesse.
    Neste quadro usou várias camadas finas para dar a impressão de fumo que ascendia na escuridão, depois gotejou a superfície da tela para transmitir o efeito de fogo-de-artifício.
    No canto inferior direito podemos ver a assinatura de Whistler que tem uma forma invulgar. Muitas vezes adoptou a sua assinatura de modo a formar uma borboleta, não é o caso nesta obra, mas era frequente fazê-lo.

    A arte de James Whistler sugeria uma nova estética e por isso irritou John Ruskin, que acreditava firmemente nas virtudes da pintura pormenorizada e cuidadosa e nas finalidades morais e didácticas da arte.

    Ficando a pergunta: deve a arte ter uma finalidade moral?